quarta-feira, 30 de março de 2011

Rebentos das mágoas.

Minha busca passada,
que pensei ter findado,
reinicia voraz
com armadas batalhas de um lado,
emergem de um breu suplantado
Minha busca passada,
pelas migalhas de um olhar,
lancina meu peito e prende meu ar,
com mudas palavras cortantes,
esvazia o futuro de um amante,
minha busca passada,
se torna presente e arrasada,
me troca pelo olhar que não ama,
me dói a chamar quem não clama,
corrói ao clamar quem não chama,
minha busca passada,
reconstrói a armadura quebrada,
uma veste cada vez mais pesada,
com marcas de uma guerra encetada,
que um dia haverá de acabar,
minha busca passada,
não é mais sua nem minha,
minha busca passada,
essa guerra pesada,
será carregada,
pelos seus queridos rebentos,
de mágoas e de descontentos,
minha busca passada,hoje,não é só minha.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Olhar de Escafandro

Um olhar que não quer ver,
sentir, verbo inconjugável,
um amante de pecados penitentes,
na carne quente descontente,
mas o olhar,
esse não mente,
procura muito mais do que um belo,
muito mais do que um quero,
esse olhar,
que dança na solidão,
e maltrata o coração,
quer encontrar,
esse olhar que chamo de escafandro,
quer despir de sua pele,
e vestir a sua veste,
esse olhar, esse olhar, esse olhar,
que só sabe badalar,
quer, apenas quer,
o que você pode dar,
e apenas ele captar,
esse olhar só quer AMAR.