sábado, 18 de abril de 2009

Sr. Dúbio

Um dia percebi,
num rosto tenro e conhecido,
a presença de um "Dois”,
não sabia mais quem era,
não sabia mais do tenro.
Infeliz sempre foi?
Não sei e nunca saberei.
Afagos verdadeiros existiram?
Quero acreditar que sim.
Tentarei não perder a ilusão de acalantos,
que poucas vezes foram feitos, mas todos bem aceitos.
Queria ter conhecido o "Dois",
mas acho que será difícil,
pois eu mal conheço o "Um".

Quero abrir

Não existia porta.
Sempre foi assim lá em casa.
Palavras passavam sem obstáculos.
Tudo era verídico.
Agora ela se fechou,
e de vidro se tornou,
consigo ver, mas não sentir.
Devo quebrá-la?
Não, pois os cacos irão ferir.
Devo abri-la?
Talvez, mas ela sempre se fecha.
Devo arrancá-la?
Sim, mas não me deixam.
Então destrancada ficará.
Assim pode-se abrir, entrar e pedir.
Pedir o que?
Que se torne “lá em casa”.

MEDO

Medo
Porque você existe?
Fale-me, quero te entender.
Mostre sua cartilha
Desate essa maranha
Seja linear
Só assim acharei suas pontas,
Mas espere,
Uma cartilha se aprende
Uma maranha se desata
Suas pontas acharei.
Agora pode vir,
Preparado estou,
Não para você,
Mas para tudo.
Medo, exista, és necessário.
Obrigado.